terça-feira, 24 de março de 2009

Aquele onde me despeço de vc

Em algum lugar estar acordado a essa hora não é errado. Eu devia estar lá.

♫ http://blip.fm/~2k15g

Durante vários meses eu namorei com um celular. Dormi “abraçado” com o aparelho (eu sei, eu sei, radiação. Não tem problema, não vou morrer disso). Eu sorria para a tela e quando ele tocava, eu escutava vc me dizendo “Eu te amo, eu te amo, eu te amo…”.

Ele não toca mais hoje. Está desligado faz muito tempo e a bateria demorou a morrer mas finalmente apagou totalmente hoje de manhã. Minha irmã disse que é impossível ele ter durado tanto, mas eu acredito em milagres. Sempre acreditei e acho que por isso eles também acreditam em mim.

Coloquei o aparelho (segurei com um lenço, não tive coragem de encostar, algo aconteceria com certeza). Depositei ele embaixo da roda esquerda traseira do Jerry Lee Lewis (meu Palio vermelho, vc se lembra?). Toquei a música, a nossa música “Wouldn’t it be nice” dos Beach Boys e então passei por cima do celular. Minha mãe estava regando as rosas, ela sabia o que eu estava fazendo. Era eu me despedindo de vc. Pela última vez.

Desde dezembro emagreci 18 quilos. Passei do ponto, estou pele e ossos. Não tenho apetite, não tenho sonhos. Não sorrio mais. O que eu quero com esse “regime” auto imposto? Me parece óbvio: quero sumir. Só que isso não é totalmente verdade, não é? O que eu quero mesmo é que vc suma. Suma.

Eu te dei o meu coração e vc pisoteou ele. Mas são apenas palavras, ou não são? Este sou eu, um Zumbi. Uma sombra de quem já fui. Poderia continuar escrevendo e escrevendo, mas só existe um modo disso acabar. E é assim. Eu te amei, garota. E nunca mais irei amar novamente. Ninguém.

Um comentário:

  1. passei aqui pra dizer que vc escreve bem pra @#$%¨&*!!! ;) bj
    @piticanella

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